Seminários, lançamento de Anuário e premiações marcam último dia do World Plastic Connection Seminar

Think Plastic Brazil

Segundo dia de evento teve a presença de especialistas renomados, lançamento do Anuário 2021 e premiação dos melhores cases de internacionalização na indústria de plásticos transformados

O segundo dia do Seminário, uma das cinco ações do World Plastic Connection Summit 2021, contou com importantes apresentações que destacaram a importância das mudanças disruptivas, da inovação, da sustentabilidade, da informação e do design na indústria de plásticos transformados. Além disso, foram apresentados o Anuário 2021 do Think Plastic Brasil e os vencedores do World Plastic Connection Award 2021.

Confira abaixo um resumo das apresentações do evento global.

“Plástico Sem Culpa” por Rossana e Nicoletta Orlandi

O segundo dia do Seminário foi aberto com o webinar sobre o projeto “Guiltless Plastic”, apresentado pelas designers italianas Rossana e Nicoletta Orlandi, que criaram o movimento em 2019 e que originou o Plastic Prize, prêmio internacional para prestigiar e divulgar boas práticas de uso do plástico ao redor do mundo.

“O plástico é uma das ferramentas mais utilizadas e mais fáceis de ser usada no mundo. Há muitos anos, quando começamos a trabalhar com plástico em design era quase impossível pensar em reciclagem, mas hoje podemos reciclar muito mais. Temos muitas possibilidades incríveis para usar essa tecnologia. Levamos esse conceito para todo o mundo, levando essa ideia do plástico sem culpa. Todos nós podemos usá-lo com responsabilidade”, afirma Rossana.

Para Nicoletta Orlandi, esse desejo de transformar a ideia do uso responsável do plástico em práticas sustentáveis foi a motivação para que designers de todo o mundo participassem do Plastic Prize. “Na primeira edição do prêmio do plástico notamos um enorme interesse de designers que queriam se inscrever, trazendo protótipos reais, recebemos inscrições de todo o mundo”, conta.

Alguns projetos premiados em edições anteriores foram mostrados durante o Webinar, como o de recicladores da Tanzânia que desenvolveram estruturas para construção de casas feitas de plástico que são muito mais resistentes que as de madeira, ou o projeto da holandesa Maria Kouck que, tendo sido diagnosticada com câncer de mama, fez um vídeo onde explicava a história de sua cirurgia de extração do tumor e quis coletar todo o plástico usado durante a operação que salvou sua vida. “Com o dinheiro do prêmio ela expandiu esse projeto para a Argentina”, lembra Nicoletta.

De 2019 até hoje, o Plastic Prize teve 1251 inscrições de 78 países. A região com mais inscrições é a Europa (70%), seguido da Ásia (15%), América do Norte (7%) e América do Sul (7%). África e Oceania formam apenas 2% do total de inscritos.

“O Brasil tem apenas 4% de inscrições. Eu gostaria muito de aproveitar essa oportunidade para espalhar o convite para a América do Sul para que enviem mais projetos, será uma oportunidade para eles e para o planeta”, conclui Nicoletta.

As inscrições para 2022 já estão abertas pelo site: www.guiltlessplastic.com e vão até janeiro do próximo ano. Serão aceitas inscrições de projetos feitos com plástico reciclado de pessoas e empresas de todas as partes do mundo nas categorias de: Social Media Educacional, Projetos de Inovação em Tecnologia e Design de Mobiliário Público e Doméstico. Os prêmios serão de até 10 mil euros.

“Lançamento do Anuário 2021” por Carlos Moreira

O Anuário do Think Plastic Brazil foi lançado na quarta-feira (04). A publicação reúne dados sobre o processo de internacionalização e portfólios de produtos das 130 empresas associadas ao projeto. O lançamento foi feito pelo Diretor de Estratégia e Planejamento de Projetos, Carlos Moreira.

“Muitas das vezes quando reunimos um grupo de empresas e mostramos que temos envergadura para o mercado internacional, os compradores nos vêem com outros olhos”, afirma Moreira que vê o Anuário como um primeiro passo rumo à criação de uma plataforma e-commerce para as empresas associadas ao projeto.

“Primeiro fizemos esse alinhamento com os nossos associados para que no ano que vem partamos para a criação de uma plataforma e-commerce. Será um grande desafio, mas não podemos recuar”, explica Carlos.

Durante a palestra de lançamento, o executivo compartilhou algumas ideias sobre o processo de internacionalização de empresas, como a importância de envolver todos os colaboradores nesse processo.

“A cultura do processo de internacionalização deve envolver todos os stakeholders internos. É um desafio pensar no desenvolvimento da estratégia e não ter um alinhamento interno”, sustenta Moreira.

Outro ponto citado por Carlos foi a mensuração desse processo de internacionalização. “Nós do Think Plastic Brazil pensamos em como podemos ajudar e uma das primeiras ações que fazemos é pedir à empresa que preencha um extenso questionário, do qual tiramos uma série de indicadores que mostram as ações executadas pelas empresas, como investimento em inovação, por exemplo”, relata.

Moreira defende que o processo de internacionalização, uma vez que começa, não deve ser interrompido. “A cultura do projeto não deve terminar quando aparece uma situação que não seja favorável. Óbvio que cada empresa tem que avaliar os riscos, porém o processo de internacionalização não é de curto, nem médio, mas de longo prazo”, ressaltou.

Carlos sustenta ainda que a internacionalização pode contribuir para a melhoria organizacional das empresas. “Um professor de mestrado me dizia que a internacionalização não é uma panaceia. Concordei com ele até o momento em que me deparei com a situação de empresas que não tinham em sua estratégia a internacionalização, mas elas precisam monitorar, fazer uma leitura do que acontece do mercado, acumular know-how e se fortalecer. E aí a empresa começa a ter um espirito de internacionalização. ”, lembra.

Ao final de sua fala, o diretor do Think Plastic Brazil lembrou a importância das empresas estarem atentas aos sinais do mercado e, sobretudo, não desistirem de buscar o mercado externo. “Não adianta fazer um planejamento, ter todos alinhados mas ignorar os sinais do mercado que mudam em todo momento. Temos que estar sempre buscando informações a todo momento. […]Não podemos desistir, temos sempre que aprimorar os nossos produtos e uma hora [o processo de internacionalização vai dar certo”, conclui Carlos Moreira.

“O Mercado de Varejo na Pós-Pandemia” por Peter Gianetti

Em seu webinar “Post-pandemic Retail Market” (O Mercado de Varejo na Pós-Pandemia, em tradução livre), o Diretor de Conteúdo Editorial e Educação da Associação Internacional de Utensílios Domésticos (IHA), Peter Gianetti, traçou um panorama dos hábitos de consumo do público norte-americano no pós-pandemia e mostrou como o setor de varejo está se preparando para este novo momento.

De acordo com o especialista, a pandemia marcou um “boom no setor de utilidades domésticas” com a venda de mais utensílios para casa. “Até antes da pandemia, as pessoas reformavam mais as suas áreas externas. Com a pandemia e o lockdown, houve um aumento de reformas dentro de casa, principalmente em cozinhas, salas de jantar e banheiros. Essa tendência se manteve em 2021 e continuará. As pessoas querem melhor aproveitamento dos seus espaços domésticos”, avalia Gianetti.

De acordo com Gianetti, este cenário impulsionou a venda de eletrodomésticos e utensílios de higiene e cuidado pessoal. “Foi registrado um aumento nas vendas de máquinas de fazer café e outras bebidas, além de utensílios de cozinha, purificadores de ar, utensílios sanitários e de cuidado pessoal como massageadores e escova de dentes. Isso não vai mudar”, projeta Peter.

Gianetti sustenta, apesar dos US$ 4 trilhões de dólares gerados pelo comércio online, ainda há espaço para as lojas físicas. “Estamos observando que há um cansaço do público em relação ao mercado online, ele quer uma experiência mais apurada, ir às lojas físicas, se sentir normal novamente”.

Peter observa ainda que a pós-pandemia está levando as pequenas e grandes lojas de varejo a repensarem seu relacionamento com o público, com foco na fidelização dos clientes, melhora da experiência de compra e transparência nas informações sobre a procedência dos produtos.

Com a crise na cadeia global de suprimentos causada pela pandemia, a proximidade de datas comerciais importantes como a Black Friday, Ação de Graças e Natal gera expectativa e apreensões no setor de varejo nos Estados Unidos.

“Projeções apontam que o público tende a gastar 5% a mais em relação ao ano passado. Os donos de lojas estão preocupados em não conseguir atender à demanda. Há muitos pedidos para o Black Friday e há preocupações quanto ao prazo de entrega”

Gianetti projeta tempos desafiadores para o setor de varejo norte-americano, no entanto, acredita que este momento pode representar uma transformação para a indústria de utensílios domésticos a nível local e global no longo prazo.

“Vai haver falta de produto, promoções, vão faltar peças para exportar e os comerciantes terão que focar em adquirir produtos que vendam melhor. Todas essas lojas vão sofrer as consequências dos problemas na cadeia de suprimentos. Num longo prazo haverá uma diversificação, a China não vai deixar de ser importante, mas também precisaremos de fornecedores no próprio país ou em nações vizinhas. Não se surpreenda se alguns revendedores fugirem dos fretes oceânicos”, conclui.

“Plásticos para o Mercado Agrícola” por Anshula Mandaokar

O Agrobusiness é um dos mercados que produtos plásticos transformados são amplamente utilizados e durante o segundo dia do World Plastic Connection Seminar foi apresentado estudo global sobre o uso de plásticos na agricultura realizado pela empresa de pesquisas Market Research Future, especializada em estudos de mercados para indústrias agrícola, de produtos químicos e materiais (onde estão os plásticos transformados), cuidados para saúde, energia, tecnologia e informação, entre outras.

A pesquisa foi apresentada por Anshula Mandaokar, analista de pesquisa sênior da Market Research Future que apresentou dados relevantes do estudo global sobre filmes plásticos para agricultura considerando as diversas utilidades do material em diferentes necessidades do agrobusiness como embalagens, filmes para estufas, para irrigação e drenagem, entre outros. A pesquisa identificou que existe potencial para que os produtos de plásticos transformados para agricultura sejam mais sustentáveis e que a inovação no uso de filmes plásticos nas estufas deve impactar globalmente.

As perspectivas para o mercado de filmes plásticos agrícolas são de crescimento devido as novas demandas de uso e as inovações para reciclagem desses materiais.

Para a indústria brasileira de plásticos transformados para a agricultura o cenário é promissor no desenvolvimento de plásticos biodegradáveis e lançamento de produtos. A região da Ásia/Pacífico é uma das boas regiões para as empresas brasileiras expandirem seus negócios.

Anshula Mandaokar também falou sobre a importância da informação e das pesquisas de mercado para tomada de decisões estratégicas.

“A importância da reconexão no novo normal” por Alexandre Herchcovitch

O estilista Alexandre Herchcovitch, um dos nomes mais influentes da moda brasileira e internacional dos últimos 30 anos, também marcou presença com um webinar sobre sua trajetória como estilista, empresário e diretor de criação, além de outra marca do seu trabalho: o uso de diferentes materiais, desde o tecido até o plástico.

“Nasci em são Paulo. Tive minha iniciação na moda ainda na infância observando minha mãe costurar dentro de casa. Num certo momento pedi para ela me ensinar tudo, de tirar medida a passar para o molde de papel, cortar o tecido e costurar na máquina. Tinha uns 11, 12 anos de idade. Sinto que fui privilegiado porque nessa idade a gente nem pensa no que vai fazer da vida”, relata Herchcovitch.

Com o tempo, Alexandre começou a fazer suas próprias roupas e também para os colegas de escola. E foi aí que se deu conta de que a sua paixão de infância seria sua profissão.

“Antes de entrar na faculdade eu já comecei um comércio de roupas. Pessoas da minha escola passaram a me encomendar roupas e ali eu já entendia que minhas roupas poderiam ser comercializadas. Isso foi muito importante, porque era uma coisa com a qual não me importava muito na infância. Daí veio a primeira ideia de assinar essas criações, não sabia se ia usar meu nome próprio, se ia criar uma marca. Como minhas criações sempre foram muito pessoais, elas não podiam ter outro nome que não o meu próprio”, recorda.

Da confecção da mãe ao circuito da alta costura, foi como andar pela passarela. Vieram os primeiros desfiles no Brasil, depois os contratos com lojas de roupa em Nova York e Londres, em uma época em que “as pessoas de fora não sabiam que estilistas brasileiros poderiam lançar moda”. Em pouco tempo seu nome chegaria até ao Japão onde teve uma loja em Tóquio entre 2007 e 2010 e vendia suas criações em 120 lojas do país asiático.

“Quando fui convidado a abrir uma loja em Tóquio e mesmo depois do fechamento da loja, o Japão continuou sendo um comprador do meu design”, conta Herchcovitch, que acredita na ausência de determinação de gênero em suas roupas como um dos fatores do sucesso de suas roupas no Japão: “fiquei pensando o porquê e eu vejo que é pela forma como eles se expressam na moda. Eles não enxergam gênero, vestem roupas independente do gênero para o qual ela foi pensada”, avalia Alexandre.

Em 2008, vendeu 70% da marca que leva seu nome ao grupo InBrands, nunca deixou de pensar em novas maneiras de levar seu design. Teve mais de 1000 produtos licenciados, fez coleções para diferentes marcas nacionais de roupas, calçados e outros produtos como celulares, moda cama, mesa e banho, entre outros. Atualmente trabalha como estilista e diretor de novos negócios das marcas À La Garçonne e ALG.

“Hoje temos um grande trabalho de ressignificação de estoque de roupas prontas como uma parceria com a Lacoste na qual escolhemos alguns clássicos Lacoste como a camisa-pólo ou a básica e demos a nossa versão de como seria uma linha de roupas Lacoste À La Garçonne dando um outro significado que tivesse a ver com a nossa marca para essas roupas. Com isso desestocamos (sic) as empresas, damos a elas um novo significado e atraímos novos clientes”, explica Alexandre.

A visão de moda sustentável e inclusiva de Herchcovitch lhe rendeu convites para realizar criações para outras gigantes como a marca americana Vans, a brasileira Hering e as lojas Riachuelo.

“Uma das nossas imposições é que a coleção seja confeccionada para todos os tamanhos, que qualquer gênero pudesse usar, sem predeterminar se é masculina ou feminina e que também fosse adequada para pessoas de mobilidade reduzida. Esse é um lado que nós acreditamos, sempre acreditei na inclusão e na ausência de gênero, nunca criei pensando em quem iria comprar”, reflete.

Alexandre desde cedo trabalha com diferentes tipos de materiais. “Meu interesse era e ainda é construir, criar, elaborar produtos, transformando matérias-primas específicas ou não para a moda. Trabalhei com plástico, borracha, poliuretano…”, conta. Recentemente, um de seus vestidos feito de látex natural moldado foi adquirido pelo acervo do Metropolitan Museum, de Nova York.

Herchcovitch destaca o plástico pela sua versatilidade e resistência. “De uns 20 anos para cá eu faço algum calçado de plástico em parceria com a Melissa. O plástico é quase tão maleável quanto o látex, mas muito mais resistente, tem uma durabilidade muito maior”, explica o estilista, que exalta e dignifica a versatilidade do design nacional.

E finaliza falando sobre ser designer no Brasil e a nossa relação com as cores: “O Brasil é conhecido como um grande colorista, a gente enxerga mais cores porque a luz do sol dá um tom diferente. O designer brasileiro enfrenta qualquer tipo de obstáculo, vendemos muito mais produtos populares que de luxo. Eu tenho que fazer design para muitos e não para poucos, temos que atingir pessoas diferentes, em uma geografia também diferente”.

“Motivação e Resiliência” por Ivan Joseph

O webinar de encerramento do seminário ficou a cargo do americano Ivan Joseph, especialista em liderança e palestrante conhecido por suas apresentações no evento TEDx, onde esbanja carisma e não poupa frases fortes para cativar o público. Sua mensagem é simples, mas carregada de significados: “acredite em você, e o resto do mundo também acreditará”.

Ivan abriu sua fala com uma reflexão que vale para pessoas (e empresas). “Nesse momento, quando você está estressado até o limite, você precisa ter clareza de propósito. Quando que você se perguntou: ‘é isso que eu sou?’. As empresas que têm o propósito de inovação alcançam o topo. Do contrário, não alcançam (o topo) e é aí que ocorrem os problemas de receita”, adverte.

Para Joseph, alcançar um propósito de vida envolve encontrar uma resposta honesta e, a partir dela, tomar decisões. “[…] Saí do trabalho onde estava há apenas 20 meses, embalei minhas coisas e viajei com a minha família. Por que tomei essa decisão? Mudei porque eu queria estar à mesa junto com a minha família no jantar”, conta.

Para o especialista americano, que recentemente lançou um livro chamado “You Got This” (Você Conseguiu, em tradução livre), ainda não publicado no Brasil, saber quem é você e onde quer estar são elementos-chave para uma vida mais feliz. “Se não estiver conectado aos seus valores você vai se sentir uma pessoa amarga, tóxica, porque quando a sua resiliência está caindo, você se sente mal. Nessa situação é hora de sair da zona de conforto”, afirma Ivan.

“Temos que estar realmente conectados [com nossos valores], porque quando fizermos isso as coisas começam a mudar. Sabia que o cérebro libera dopamina quando as pessoas se conectam? Quanto maiores os níveis de dopamina, mais somos resilientes, isso diminui a hospitalização. Quando chegamos entre os 25 e os 27 anos de idade, paramos de produzir dopamina como a produzíamos, então, de repente, nos tornamos pessoas rabugentas. Por isso, precisamos pensar em como fazer novas amizades, se conectar também com pessoas com quem nos identificamos. Isso nos dá esperança e otimismo”, reforça Joseph.

Ivan acredita que quando estamos conectados aos nossos valores, nos sentimos mais otimistas e isso se traduz em alta performance. “Quando falo de alta performance e otimismo, falo cientificamente. Por exemplo, se você pensa em esportes coletivos é normal lembrar dos maiores nomes, salários, mas é preciso entender que isso é um trabalho de equipe. E cada vez que esse time se ajuda como time, as pessoas estão conectadas, eles simplesmente entram em um ciclo de alta performance”, explica.

Na opinião de Joseph, é essa “rede” de autoconfiança e otimismo que ajuda as pessoas a encararem os momentos de dificuldade. “Nós todos vamos falhar um dia, mas é a maneira como interpretamos que vai fazer a diferença na nossa vida. Às vezes você precisa colocar alguns limites. Fugir dos pensamentos negativos, porque se não tomar cuidado esse pensamento negativo vai influenciar o seu corpo. Ninguém pode te influenciar. Você precisa se lembrar de como você é bom. Tenha confiança e resiliência. Acredite em você e o resto do mundo também acreditará”, completa.